Quando os brancos exploram brancos chama-se capitalismo. Quando brancos
exploram negros chama-se colonialismo. Quando negros exploram negros chama-se
neocolonialismo.
Quando os brancos fazem eleições chama-se democracia. Quando os negros
organizam eleições chama-se fraude eleitoral.
A chegada de mais um
português
A empresa angolana continuava as suas actividades pacificamente dirigida
por um filho de um novo-rico. Claro que de gestão não é nada com ele, também
não é necessário, pois onde existe gestão partidária, fica sempre tudo na
divisão de contas do mesmo partido. De repente um português chegou, mais um
vindo do êxodo português, a lembrar, a desejar que Angola ainda é uma colónia e
assim terá de ficar na parcimónia. O nosso amigo chega, claro, com o estatuto
de super em tudo, à portuguesa. Já que não conseguimos resolver os nossos
problemas em Portugal, a miséria imensa, vamos outra vez desbravar Angola e
ensinar a essa gente como é que se trabalha, como é que se desenvolve um país.
Nem as igrejas lhes escapam, conforme noticiado pelo Projecto Kissonde no
Facebook. «Universidade Metodista de Angola: Centro de Cópias antes gerido por
angolanos, qual foi o meu espanto ontem, 30 de Março, todos foram substituídos
por portugueses, desde o que faz cópia até à pessoa que passa o troco!» Bom, o
português instala-se, vem com a missão de gestor, os mwangolés não percebem
nada disso, só sabem é roubar, e começa a pedir ao angolano já há quatro anos
na empresa, para lhe passar as pastas. Mas, a coisa começa mal, é que o
português não entende bem, e pede ao angolano para lhe ensinar, como é que se
faz. Bom, fica-se a saber que veio para controlar o que entra e o que sai do
armazém. Depois, quer saber quem é que mexe no dinheiro, essas coisas assim não
é? Mas continua a perguntar para lhe explicarem como é que se faz o trabalho.
Chega, encosta-se interminavelmente na porta de entrada. Os mwangolés
perguntam-lhe o que é que se passa, e ele ri e fala entre dentes. E os
angolanos: «Pelo riso e da maneira que fala, está-nos a desprezar, não lhe
vamos ligar.» Com vencimento de cinco a dez mil dólares, hotel, carro e demais
mordomias, só conseguem emprego através de amizade ou de esquema fraudulento?
No dizer de um empresário português do ramo da hotelaria marítima: «Eles,
portugueses, não gostam de trabalhar. Passam o tempo a beberem café, a fumarem,
a falarem e a verem jogos de futebol. Existirá alguma cláusula desconhecida nos
acordos de cooperação com Portugal que conduzam à dominação dos portugueses e
nós vamos para o desemprego? Sobreviveremos no cangaço? Porque nos vendem assim
como se fossemos gado a caminho do matadouro?
Também, não existindo Governo não sei a quem culpar, a não ser o
desgoverno, que também é uma forma de governar.
Um super doutor
Nos anos 1985-1990, um outro português através de amizade dá entrada numa
empresa, também angolana, do ramo de prestação de serviços ao público. Vem com
referências de super doutor. Fazia parte dos quadros do controlo do
investimento estrangeiro em Portugal, como o AICEP de hoje, Agência
para o Investimento e Comércio Externo de Portugal. Confirmei através
das habitações literárias e profissionais que o homem não era deste mundo. Eram
só notas máximas em todas as disciplinas. Bom, senti-me muito pequenino. O
super-homem doutor aproveitou o mês de férias e preparava-se para assentar pés
definitivamente em Angola. Pudera, com todos os predicados já ditos, um dilúvio
de dinheiro encher-lhe-ia os bolsos. E o nosso super-homem doutor põe-se em
campo. Primeira coisa: arranjar um gabinete, senão não dá, não é possível
trabalhar. Depois das condições criadas, cigarro atrás de cigarro, ele parecia
não andar muito afastado dos cinquenta anos de idade. Ele vem ocupar o meu
lugar, quer dizer, ele fica sem fazer nada, eu faço o trabalho todo, e então submete-me
ao seu interrogatório marcial: «Você sente-se apto a encerrar contas… a fazer
os balanços?» Antes de responder à pergunta, deu-me vontade de rir. Serenei e
apenas lhe respondi: «Sim.» «Pode-me demonstrar isso.» Levantei-me, fui buscar
uma pasta de arquivo, esclareci-o, e ele muito do alto da sua cátedra, como um
Papa: «Sim senhor estou esclarecido!» Normalmente o nosso super chegava por
volta das dez da manhã como convém a um chefe de nomeada. A coisa começou a correr-lhe
mal quando me abordava em surdina: «Desculpe, já sei que você tem muita
experiência em contabilidade, pode-me dar uma explicação de como se movimenta
este documento?» Fiquei deveras espantado, elucidei-o. Mas a partir daqui
comecei a desconfiar do nosso super, é que ele continuava a abordar-me, tipo só
aqui para nós, como é que se faz o movimento de mais este, daquele e
daqueloutro documento.
E continuava, todos os dias às dez, ou depois, pegava no trabalho, até que
os três sócios da empresa reuniram-se de emergência e dois deles deliberaram
que o nosso super não dava conta do recado, chegava sempre muito tardiamente e
que o nosso técnico de contas é que lhe ensinava o trabalho, que não
justificava o balúrdio que lhe pagavam, deram-lhe um ultimato, puseram-no a
andar de volta a Portugal.
Acredito na democracia, não confio é nos democratas
Arrastado e assaltado
Luanda, zona do Quinaxixi, 29 de Março, entre as 08.00 e as 10.00 horas
Assaltantes agarraram e atiraram um senhor mestiço, como pode ser branco,
negro, amarelo ou de outra cor, arrastaram-no, tipo para local seguro e tudo o
que tinha desapareceu-lhe num ápice.
E com escoltas e sirenes nasce, constrói-se um país.
Os carros alegóricos das
maratonas
Neste momento, 07Ago, 13.20 horas, passam quatro camiões da cervejeira
CUCA, bem abastecidos com o precioso líquido, claro, lançam o habitual inferno
da música estridente, tipo canhões musicais que caracterizam a indisciplina, a
má-educação, a anarquia total e completa. Então continuamos no incentivo do álcool
na juventude? E depois traçam campanhas contra a sua delinquência, a sua
violência? Eis mais uma grandiosa maratona alcoólica patrocinada pela nossa
vanguarda revolucionária.
Camaradas e compatriotas!
Depois do sistema exitoso do poder popular, articulado no centralismo
democrático, pilares fundamentais da nossa democracia popular, eis-nos
confrontados com a renovação do nosso sistema político. Assim, depois de
instituirmos a nossa democracia interna, não necessitamos das intromissões da
democracia externa, torna-se evidente o fortalecimento da nossa actuação
democrática em todos os cantos da nossa pátria, lá onde está o nosso querido e
glorioso CORAÇÂO, e decretarmos a perfeição, o enriquecimento democrático com a
instituição da Democracia das Barras de Ferro. Sem barras de ferro não há
desenvolvimento, não há nação, não há pátria, não há famílias. O nosso futuro
vai melhorar com a construção de abundantes cemitérios. Sem cemitérios não é
possível a coexistência da Democracia das Barras de Ferro.
“O combate final.”
São milhões de jovens desempregados, de empregos espoliados. Por exemplo:
portugueses invadem tudo o que é emprego e tratam os angolanos com desprezo,
como inferiores, enquanto destes recebem ensinamentos. É a verdade, para quê
escondê-la? A todo o momento chegam-me relatos de pessoas amigas, e de outras,
que só falam de assaltos. Não existe lei, qualquer estrangeiro chega e faz o
que quer, tratando-nos como os selvagens de há quinhentos anos. Nos próximos
meses creio que dificilmente conseguiremos viver por estas paragens muito
desestabilizadas. A luta pela liberdade e escravidão continua. São muitos,
muitos, esclavagistas que nos querem matar.
banco millennium Angola.
Em Angola facturar é matar
Aos poucos vão-nos estrangulando. Faz hoje, 7 de Março, vinte e sete dias, que
este banco nos gazeia como os nazis, impunemente.
Como é possível o maldito banco millennium Angola instalar um gerador
industrial a funcionar e a matar dia e noite apesar de existir energia
eléctrica? Isso não é um plano para obrigarem os moradores a fugir? O Poder
está a empurrar a população para um conflito inevitável, isto é: sobreviver à
morte anunciada? Os estrangeiros tratam-nos como conquistadores dos escravos.
Um exemplo: o chinês fez merda, como sempre, a água que inunda o edifício onde
está, incluindo quando chove, ele parte a parede, coloca um tubo e faz a água
desaguar no vizinho, que obviamente destrói o edifício, e ninguém lhe ousa
fazer-lhe nada, nada, porque ele liga para a casa militar da presidência da República,
e prontos, já está.
O nosso relacionamento com este Governo é o de prisioneiros dos campos de
concentração nazis, e dos seus guardas que ao mínimo gesto suspeito nos
disparam tiros.
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