Ó dos casebres! Olhai! Do alto destras torres e
condomínios, quase cinquenta anos de espoliação da junta militar vos
contemplam.
Já estamos na época das chuvas. Vai chover em
Benguela, vai chover no Huambo. O capim seco vai ficar molhado. E tudo o que é
negro virá outra vez humedecer-se na vegetação. Muitos cantos de aves se
ouvirão, sentirão. E os negros da negra fome continuarão sem refeição. Apenas
assistirão aos fartos banquetes dos bancos brancos, no estigma do neocolonialismo
subtil. De revolta em volta negra até à verdadeira independência, à liberdade
que tarda.
Este reino é obra de portugueses, brasileiros e
chineses. Com a invasão deles, Angola desenvolve-se a olhos nunca vistos. A
água, a energia eléctrica e a Internet que o lamentem, desviaram-se para o CAN.
A população e as empresas que se danem. A barbárie marxista-leninista
reimpõe-se sem disfarce. Dantes era tudo pelo povo, agora é tudo pelo CAN.
Estádios de futebol sim! Casebres não, demolição.
Isto dantes era do povo, agora é da FAMÍLIA e
dos estrangeiros. O MPLA planta napalm, depois colhe-lo. E nas noites
continuamente aterradoras ouvem-se as habituais ameaças, constantes palavras de
gelar o sangue: «cuidado que ele trabalha na presidência da república».
Parece que ninguém
nota, não quer saber, não quer ver que Angola está a ser vendida aos
estrangeiros. Também ainda há-de ser uma província do comunismo chinês. Mao, lá
está sempre omnipresente. Os escravos do Partido Comunista Chinês labutam e
engrandecem-no na Internet vigiada, espiada.
E disse o Senhor dos
Estádios: Há governantes que para demonstrarem convenientemente a sua
governação deveriam indumentarem-se de arcos, flechas, tangas e machados de
pedra.
E os nossos
intelectualóides desiludidos e divididos na falsidade individual do apenas
quererem saltar dos bastidores e para nos usarem. E autopromovem-se. Já estamos
cansados de os aturar. Já nos ferem os ouvidos, os olhos e o espírito de tanto
papaguear. E continuam no individual batalhar.
Só um governo ilegal
permite ilegalidades. Mas quando é que isso do marxismo-leninismo acaba? É só
roubar, roubar, aonde é que vai parar? Qual é o futuro de um país assim?! Já
está no caos. Não tem salvação nenhuma (?). Isto está horripilante. Quase nada
funciona, é tudo a fingir. Só funcionam o petróleo e os diamantes, agora sem
isso é clarividente que só os estádios jogam e partir casebres… aqui plano
cumprido a 100%. E a terra é de quem a roubar.
Isto por aqui
desintegra-se. Os especulares imobiliários já ameaçam com a morte um
governador. O problema é que tudo o que é estatal continua na bandeira
marxista-leninista. É tudo ao contrário. Todo o mundo constrói prédios de dia,
aqui é de noite. E há crime de poluição sonora previsto e punido por lei. Mas,
qual é a lei que funciona? Por enquanto é a lei deles. Aparentemente parece já
não existir ninguém que resolva problemas. As empresas que estão em falência
técnica sem o demonstrarem, aproveitam-se da desordem económica e despedem
angolanos, estrangeiros não. Como na actual conjuntura portuguesa, é a política
da mentira. E como são especialistas na destruição, destroem Portugal, e
enlevam-se também no construir/destruir Angola, porque não?! Presentemente são os
génios mais destrutivos do planeta. Quem vai na conversa portuguesa embala-se,
adormece e tudo se evapora, se enevoa. Em Angola o crime compensa. Com o
colapso dos hospitais estatais, o caos total e completo instalou-se
definitivamente. E é apenas um grupo de indivíduos que está por trás da capa e
espada.
E o Senhor dos Estádios
enviou esquadrões de cavalaria, matilhas de cães raivosos, mais que demolidores
para devorarem populações. Colunas de tanques, tudo o que é e não é polícia. A
sua guarda pessoal e impessoal. Todas estas forças para a invasão e reconquista
do Iraque de Luanda. Clamou o Senhor dos Estádios: «Desgraçados… porque se
lembraram de inventar um nome assim para um bairro?!»
Um campeonato já está
ganho, no papo, exímios vencedores, detentores do analfabetismo. Nós, os
inventores célebres dos geradores eléctricos da morte. Somos apenas gerados por
geradores eléctricos.
Com tanta miséria há o
risco de Luanda se transformar em mais um narcoestado. Luanda está cavernícola,
cadavérica, porque não havendo regras de convivência social, fortalece-se
apenas a lei da selva pela luta da sobrevivência. Em qualquer momento, em
qualquer lugar pode desaparecer-nos a vida. E há desconsolo generalizado. E a
crise económica global não afecta o poder nacional. Apenas a reles populaça
vive cada vez mais mal. Nota-se nesta incivilização humana que nada se
desabituou. A sucessão do poder continua. Um punhado de monstruosidades subjuga
multidões agigantadas. Apesar das revoltas, pouco, nada mudou… piorou. As
revoltas foram pessimamente orientadas, comandadas.
História tão insignificante,
vil. Está tudo no poder estrangeiro. Receamos que um dia destes ao sairmos para
a rua eles nos impeçam de o fazer. Já saturam, já presidem nos pobres
governantes que revenderam Angola. Como o petróleo e os diamantes já não dão
nada, então atiram as garras para terrenos e vampirescos parte-casebres,
invocando sempre a lei da ilegalidade. Tudo o que é ilegal é normal.
Retrocedemos muito o que não é de espantar. Convém lembrar que um exército
espelha o seu comandante.
Não são os sistemas
económicos que não funcionam. São os que nos governam com as suas políticas e
mais as suas religiões. São os governantes errados nos lugares errados.
E o Senhor dos Estádios
satisfez-se com tamanha malvadez, pelo sofrimento que flagela às populações que
lutaram para ele continuar eternamente no poder. E conclamou os seus amigos
para na terra destroçada erguerem estádios e outras desorientadas construções.
Só em Angola é que está a dar. É tudo tão fácil. Corre-se com a população e
constrói-se. Quem refila leva nos cornos.
O incrível é ouvirmos
os mesmos políticos quase há cinquenta anos proclamarem as mesmas promessas
mentirosas. E o povo analfabeto acredita, claro. São necessários muitos
analfabetos para que não haja alternância do poder.
A cada dia que nos
trespassa, vemos a desilusão de Angola acontecer. A idiotice é tão flagrante,
possante. Como um submarino que mergulhou bem fundo, avariou e lá ficou,
aprisionou. Irremediavelmente nunca conseguirá voltar à superfície.
O povo angolano é
imensamente sortudo, muito libertado. O marxismo-leninismo libertou-o, conforme
atestado por russos e cubanos. A libertação continua agora com portugueses,
brasileiros e chineses. Ainda não aconteceu luta de libertação. A outra, a
tristemente célebre, foi apenas um ensaio, uma grande desilusão. Vê-se nos
seguranças que há vários meses não recebem salários nem alimentação. Como
prisioneiros num campo de concentração nazi, conseguem algumas bolachas,
juntam-lhes água, e é a única refeição neste campo da morte do grande
desenvolvimento económico.
Por vezes ficamos
confusos. Será que estamos em 2009? Ou alguém como o MATRIX truncou o tempo,
porque parece que estamos aí por volta do ano 1975, 1980.
A militância é tal que
por vingança não fazem publicidade na Rádio Ecclesia. E a Rádio Luanda do
Politburo quando despeja o saco dos anúncios não dá… dá sim, é lenga, lenga,
lenga para nunca mais os ouvir. Também anunciam muito na LAC-Luanda Antena
Comercial, é da FAMÍLIA.
O céu está diferente e
indiferente. Quando as chuvas chegarem muitos desastres vão acontecer. Onde só
se anarquiza a rodos, a insegurança cavalga. Muitos dissabores, muita mais
desgraça não tardará, não nos largará.
O Senhor dos Estádios
tem apenas uma ideia fixa: mais estádios, mais futebóis, basquetebóis e
caubóis. E o seu reino infestou-se de carniceiros e cães pardieiros que semeiam
muitos estádios de futebol, muitos prédios, condomínios, torres e demais
desordens. Às populações ordenou-lhes que se concentrassem nas tendas dos
campos de concentração. E que depois serão encaminhadas para as câmaras de gás
que sobraram dos nazis.
Até que a água
timidamente ainda subia alguns degraus dos andares. Agora que a desviaram para
os estádios e prédios só deles, sumiu. Outra vez, sempre no regresso a 1975.
Não se consegue sair deste ano. Parámos no tempo. Os relógios avariaram,
perdemo-nos e encontramo-nos no tempo de Estaline. É isso, fomos deportados,
continuados na escravidão. Confeccionados e amordaçados por este temeroso,
teimoso poder apoiado pela ocidentalização.
Mas que fraca visão
económica e financeira. Aguardar pela subida dos preços do petróleo para pagar
as dívidas contraídas. O petróleo jamais será como antes. Vejam-se os novos
modelos de carros e o excesso de petróleo no mercado, energias alternativas. O
petróleo já era. Que desgraça! Sem o petróleo somos tão vulneráveis,
imprestáveis. Será impossível viver da especulação dos preços petrolíferos.
E o Senhor dos Estádios
ordenou aprontar grande negócio nacional e internacional. Calculando afronta da
população orientou aos milhões de dólares guardados no cofre de âmbito pessoal,
que se gastassem quantias principescas nas polícias e exército para baterem
onde dói mais… na população. Chamou mais estrangeiros para apoiarem o plano da
devastação populacional final. Estrangeiros, daqueles revolucionários com
elevadíssimos salários, e incomensuráveis mordomias. Dividiu com esses agentes
o dinheiro do petróleo. E aos seus súbditos tendas… mais nada. Atenção! Tendas
são para quem merece! As crianças no futuro do amanhã muito incerto choram
abandonadas dia e noite, estateladas na macabra tempestade petrolífera.
E o Senhor dos Estádios
obrigou os desgraçados das tendas a prepararem, a festejarem os milhões gastos
no Can 2010. Difícil é a água, a luz, a Internet, sem emprego, e o dinheiro
para o pão está cada vez mais corrupto. Os preços vão subindo, subindo. Com tal
tratamento e agradecimento, os que votaram no Senhor dos Estádios, ele sabe que
a cólera os enviará para os céus. Porque para os infernos irão eles. Lenta e
seguramente a população escasseará. A prova disso é que já não há espaço nos
cemitérios, nem médicos, nem lugares que cheguem nos hospitais (?).
O Senhor dos Estádios
assume que esta gentalha dos casebres chateia muito. E a discriminação é tal,
infernal até nos cemitérios. Há-os para ricos e para pobres. Dantes a nossa
luta era contra os brancos, agora é entre nós. A única lei que funciona é a da
pedra. O demónio tomou conta definitivamente desta cidade. Até os gatos miam
tão estridentes, (será alguma vingança, alguma manifestação de protesto? mas,
as manifestações estão proibidas, exceptuando as do poder, claro) imitam vozes
de criancinhas. É arrepiante, já não são as noites do cio da gataria.
E os deuses instituíram
o sono de chumbo nos nossos intelectuais. Mas andam por aí, como sempre a
sonharem desalmados.
Sem comentários:
Enviar um comentário